Mico-leão, panda, lobo-guará e uma dúzia de outras espécies não são os únicos animais ameaçados de extinção. Nesse corredor da morte há uma figura que a cada dia se torna mais desconhecida: o redator publicitário. Ainda mais em um mercado como o de Sorocaba e região.
Sem exagero, tem dono de agência por aí que já disse não saber para que serve um redator. O resultado disso é aquela catástrofe: o diretor de arte se mete a redigir. Sabe o que o mundo ganha com isso? Uma legião de gente produzindo textos medíocres e layouts sofríveis. Porque o cara acaba sem fazer uma coisa nem outra! Não dirige bem a arte nem escreve uma linha que preste. E a criação padece.
A verdade, minha gente, é que isso só vai mudar quando os redatores do nosso mercado (os de hoje e os de amanhã) se posicionarem como indispensáveis, prontos para fazer um trabalho consistente, fundamentado, inteligente e, por tudo isso, criativo. O que vem depois, você já sabe. Qualidade traz mais resultados, mais clientes, maior lucratividade e salários maiores – no mínimo, argumentos sólidos na hora de pedir aumento ao seu chefe.
Para 99% das agências de Sorocaba chegarem àquela realidade anunciada nos grandes mercados por gente como o Nizan, o Fischer, o Alexandre Gama, o Marcello Serpa e tantos outros, nos quais as equipes são formadas não apenas por redatores e diretores de arte, mas por CRIADORES, por CRIATIVOS, primeiro é preciso que cada macaco fique (in)quieto no seu galho.
Redator tem de saber escrever para propaganda, que é diferente de redigir carta comercial, ata de condomínio, redação de escola e palavrão em porta de banheiro. Assim como num mundo ideal o diretor de arte precisa conhecer o riscado de fato, história da arte, movimentos artísticos, tendências criativas e essas coisas.
O problema é sério. Quem folheia as revistas e os jornais da região, liga a TV, o rádio ou dá um passeio pelas ruas não me deixa mentir. Tirando uma ou outra exceção, SÓ TEM LIXO na propaganda local. Os redatores estão escrevendo cada vez pior e seus parceiros dirigem a arte como motoristas bêbados. Claro que há exceções! Duas ou três “avis raras” fazendo bem o seu trabalho. Mas são tão poucos esses profissionais (em um mercado com mais de 200 agências) que é como se não existissem.
Alguém precisa fazer alguma coisa. Eu vou começar. Este blog foi feito para resgatar os redatores criativos (nossos parceiros diretores de arte que dêem seus pulos) e trazê-los de volta para a praia da propaganda. Em posts freqüentes, quem faz texto nas agências vai ter acesso à fina flor dos grandes mercados. Textos construídos com base no discurso aristotélico, títulos interessantes, intrigantes, inteligentes, idéias bem executadas, conceitos desdobrados em peças atraentes e muita coisa que é o sonho de todo bom cliente.
O conteúdo que aqui há é só um pontapé inicial. Mas não tenho dúvida de que esta iniciativa vai fazer um bem danado para o nosso trabalho. Pretensioso, né? Que seja. Não vai ser com conversa mole de compadres que vamos evoluir. Está na hora de apertar o botão da autocrítica e reconhecer que nossos textos precisam melhorar.
Chega de trabalho capenga! Vamos empunhar a caneta, batucar o teclado e botar pra quebrar! Se ainda assim quiserem nos manter no corredor da morte do mercado publicitário, tudo bem.
Mas não será sem luta!
Ao trabalho!
terça-feira, 6 de novembro de 2007
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